segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Happy Birthday Dear Journalist...


Eu não poderia deixar passar batido, poderia? Eis aqui uma homenagem, como este espaço nunca fez, uma simples expressão de carinho para alguém que eu gosto tanto, que inspira meus contos, que me faz compania, que me acompanha em pensamentos durante diversos momentos do meu dia.

Uma pessoa que eu conheci sem querer, num acidente disconexo enquanto fazia o que faço melhor em minha vida. ABSOLUTAMENTE NADA. Embora agora eu pobre plebeu atolado em circunstâncias atípicas (Efetivamente com trabalho pra fazer), então eu vou ao Google buscar uma imagem ridícula de feliz aniversário, fazemos uma mensagem bizarra nela e escrevemos algo completamente disconexo para coroar o fato de que ela já começou comemorando-o de ressaca.

Parabéns minha futura espora que eu adoro, que me faz rir das coisas mais bizarras que me acompanha em tempos tão medonhos onde tudo parece tomar uma forma esquisita por rumos os quais eu desconheço mas tenho gostado de caminhar, entre muitas outras amizades e companias que tive e tenho em meu caminho ela com certeza foi a que me conquistou por completo em menos tempo criando de minha parte um carinho muito grande.

Parabéns Tay por este dia, te desejo muitas e todas as felicidades, desejo que sua ressaca seja curta e seus porres sejam longos, que tenha sempre um copo cheio em sua mão e um sorriso no seu rosto, desejo saúde pra suportar a bebida e paciência para suportar a segunda, espero de coração que consiga alcançar seus objetivos e que encontre tudo aquilo que procura.

De presente para você eu te dou o Vale Homicídio que garante uma pessoa que você desejar morta de uma maneira horrenda.

E de coração e te dou o que mais quiser pedir de mim.

Beijo grande pra você mocinha.

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Frase do dia: "Back row to the left, a little to the side, slightly out of place, look beyond the lines, when you least expect there's someone special..."

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Trilha Sonora

Poets of The Fall - Someone Special



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Au revoir,
FOR PONY!!!

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Poets of The Fall - Carnival of Rust



Gente, eu estou muito sem tempo, mil perdões, o quanto antes possível eu prometo fazer uma semana de crônica inteira em um dia, eu tenho a história pronta é só escrever. Desculpem, eu nem tenho feito minhas críticas destrutivas... Fiquem aí com a música e o clipe que inspirou o segundo capítulo da história.

Um abraço grande a todos e um beijo enorme pra Taynar que me atura quase sempre que estou online.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Objects may look closer...


Era meio dia ainda, eu estava num prédio estilhaçado pelos bombardeios, em meio a entulhos, lixo, corpos, corpos de meus compatriotas, de meus irmãos e irmãs, que dividiam comigo o dia a dia, fomos pegos de surpresa, não era estranho pelo escopo de minha arma eu ver corpos de crianças entre os tantos que no chão agora jaziam, mães abraçando seus bebês, corpos parcialmente queimados com o rosto retratando apenas o horror de seus últimos minutos, meu pelotão estava lotado no quartel naquele dia, belo dia de Sol como este, mas entre as núvens não havia a poeira como hoje, a luz do dia queimava nosso rosto como em um dia qualquer daqueles onde você iria a praia sem medo, não me entenda mal, não sou militar, meu pelotão não têm patentes e minha luta não é por uma causa nobre...

Eu sou um cidadão comum, como você individualista, numa batalha constante neste campo onde não existem mais heróis, onde pela nossa mira enxergamos as barbáries mais atrozes possíveis e mesmo assim não fazemos nada a não ser nos protegermos, ou fingirmos que a guerra não acontece, fechamos nossos olhos todos os dias nos estreitando a devaneios, sonhos e fantasias vãs renegando a real e única verdade, estamos todos sozinhos e gostamos disso, toda vez que invejamos algo, alguém, nós apenas o queremos para nós, cada vez que alguém assalta ou rouba é porque não teve a oportunidade de ter por outros meios, cada vez que alguém mata perde um pedaço da própria vida...

Somos individualistas, egoístas por isso ficamos sozinhos, nosso governo nos faz lutar, nos chama de vagabundos quando não o fazemos, não dão água, um pouco de comida e querem ver sorrisos em nossos rostos, e nós damos, abrimos as portas para que quem vêm de fora venha e desfrute de nosso lar, nossa casa, nossa terra, em todos os sentidos, tanto do que ela possui quanto do nosso povo, nosso suor desce por nosso rosto nesta constante batalha onde no fim das contas ficamos sozinhos, desamparados, é uma trincheira, com sangue, mentiras, covardia e ilusões, ilusões os quais nos apegamos tanto mas ao ver pela mira da minha arma elas parecem desaparecer...

Minha mira passa por corpos de pessoas que caminham sem notar que já morreram, por pessoas que estão vivas e não sabem por quê, por inimigos que nem mesmo notaram, é uma competição, para ver quem é o melhor, quem têm mais, quem faz mais, uma luta pela sobrevivência onde de bom grado abandonamos nossa honra por um pedaço maior de pão ou uma taça mais generosa de vinho... Imundo.

Você sabe dizer porque sangra? É por tua vontade que vai a uma fila de hospital público ser mal atendido as pressas pois eles precisam de números? É por tua vontade que nossos filhos vão a escola onde nada aprendem? Onde nossas crianças armadas entram em batalhas contra o estado por drogas? Foi este mundo perfeito que imaginou na sua cidade maravilhosa? Você imaginou ver todos os políticos corruptos mortos, mas jamais desejou que fossem efetivamente honestos, desejou ladrões mortos, mas nunca lhes desejou uma educação e emprego em primeiro lugar. Excessões a parte de gente ruim por natureza.

Pela mira da minha arma vejo milhões inescrupulosos que engordam suas fortunas enquanto centenas de bilhões gastam seu suor pela sua merreca que garante sua sobrevivência, tão pouco que não permite uma vida honrada ou uma moradia descente e em seus rostos vejo o cansaço desta rotina infernal, semblantes pesados de gente que não consegue mais sorrir ou que esquece da própria desgraça mergulhando na alheia em um noticiário, se deleitando por não estar naquela situação e rogando a Deus por ter tanta sorte... Sorte de quê? Levantei de minha cama apontando minha arma para tantos lugares, vi tanta coisa, tanta gente, me forcei a ver de verdade pela mira de minha arma e por ela eu vi o coração de tantos, assim como a mente de tantos.

Gente que nem se imaginava observada caminhando calmamente em seus currais ou apressados em suas pseudo vidas, gente que mesmo na lama afundada sobre seguidos bombardeios vindos de nosso próprio seio pátrio que não roga mais por nós, por um Deus que parece virar para o lado para ver televisão em alguns momentos de nossas vidas e abandona por completo deixando que nós vejamos as atrocidades que o homem faz com ele mesmo e como cava a própria sepultura pulando dentro e carregando tantos consigo mesmo... Quantas vezes cada um já imaginou como seria a outra vida, o outro lado, quantos já não imaginamos a morte como uma possibilidade em algum momento de nossa existência? Ou a corrupção e fraude? Quantos jão não pensamos em vender nossas almas para ter uma visão melhor?

Eu digo sinceramente que os poucos que não notaram estão felizes pois não sentem falta da brisa quente pela manhã de Sol, não se acostumaram com o bom e logo o mal não têm ponto de referência, felizes aqueles que na sua ignorância podem se esconder sob o teto de sua falta de saber, pois este não cai quando bombardeado, sábio aquele que é burro e pode optar por passar despercebido aos olhares de todos, vivendo em graça com o próprio pouco, rindo da própria miséria ao acordar cedo sem comida e dormir com o estômago colado as costas, mas não saber o que é chorar por isto.

Inveja.

Eu volto a olhar pela mira da minha arma buscando os rostos e corações daqueles com quem acirradamente disputo meu lugar no alto e impiedosamente disparo contra aqueles que querem minha posição, pois sou egoísta e não abro mão do meu high ground onde posso analizar as coisas e relatar no meu caderno onde não existem linhas ou páginas, onde assimilo tudo e guardo ou exponho minha posição a meu bel prazer, não desejava compania, mas agora encontrei e mesmo que saibam que estou aqui eu me deixo estar, protegendo aqueles os quais minha munição pode guardar.

Eu me mantenho oculto, vendo o mundo passar no centro de quatro linhas, eu derramo sem dó o sangue daqueles que fazem sofrer ou chorar aqueles os quais jurei proteger, embora algumas vezes eu mesmo os tenha ferido de maneira colérica os quais o diabo sentiria um arrepio na espinha ao pensar. Mas eu escolhi ser eu e não aceitar e jurei a mim mesmo que meu sangue cairia por terra, mas antes disso mil cairiam aos meus pés antes de eu ver alguém por qual meu coração se envolveu se ferir...

Estamos em uma guerra onde alguns escolheram seu lado, mas a maioria é neutra e são apanhados no meio da troca de tiros, mas nossos líderes ainda contam as baixas civís como tristes casualidades. Embora eles mesmo não usem munição mais leve para o combate. Combate a quem pensa, oprimindo quem pode ter razão para que soberanos num mundo de burros eles possam comer em suas vastas mesas nos seus palácios junto de seus chegados a carne e o sangue do cidadão de bem, o que lhes entrega o mesmo sem nem ao menos notar que o faz...

Eu não estou chateado, eu fico chateado quando meu time perde, quando eu acerto uma pedra com meu dedinho, quando queimo minha comida... Eu não sei descrever o que esta visão me traz o sentimento é novo... E eu só queria que minha mira fosse mais longe para que eu pudesse mostrar para quem comanda esta festa que nós queremos participar também...

Eu não sinto pena, não tenho arrependimentos, eu estou apaixonado e eu sou feliz.

Não por ter algo a mais que ninguém, nem porque o mundo se despedaça enquanto eu tenho meu porto seguro e minha salvaguarda, eu estou feliz porque eu não me engano e por pior a adversidade tudo fora visto de frente... Não fecharei meus olhos para o mundo que está aí, pois quando o fizer ou estarei morto ou permitirei que tomem meu lugar.

Assim como uma rocha eu fico, escondido entre escombros, fuligem e poeira, ai de ti que ousar pisar em minhas terras ou tomar meu coração, pois jamais entregarei NADA que conquistei sem uma boa luta, ai daquele que me achar derrotado pois não consigo enxergar mais longe do que minha mira permite, pois tenho olhos em todos os lugares.

Coitado daquele que desistiu da luta pela própria vida, pois sem a paixão pelo próprio viver, já se tornou uma casualidade aceitável nos padrões daqueles que se dizem reis.
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Sem palavrões e/ou baixarias desta vez, eu apenas queria escrever uma história minha antiga e o fiz da melhor maneira possível, pois nunca antes passei esta idéia para o papel, ela é sim um reflexo daquilo que vemos no jornal. Mas ainda é uma revolta, é o fato de que a menina de 15 anos morreu em São Paulo e foi sim uma fatalidade, mas eu não vi 40 mil pessoas no enterro de cada pessoa que morreu de fome no Norte, se cada um inclusive o atirador infeliz e mentiroso que pôs um fim a vida dela, mentiroso pois jurou se matar junto e eu estou aguardando que o faça, cuidasse da própria vida de uma maneira HONESTA, se cada um parasse de olhar para o próprio UMBIGO e lembrasse que embora sera decrépta ainda vivemos em uma sociedade, todos viveriam melhor. Não sou um exemplo de nada, mas eu faço o meu, você têm certeza de que faz tudo que pode? Eu não, mas por hora não dá pra ir mais longe... Sabe como é... A mira não vai longe, mas eu vou mais para um posto avançado depois se isto se fizer necessário.

Estou de luto pela menina sim, mas não só por ela, estou de luto por cada cidadão de bem que tentou apenas viver sua vida e encontrou seu destino nas mãos de alguma infeliz crueldade do destino e nós que ficamos temos obrigação de lembrar, não de um caso ou outro, mas de todos que nossa mente puder suportar, para que daqui a alguns anos eu não considere criminoso o fato de alguém ter um filho, pois ter uma criança para colocar neste mundo de MERDA que vivemos é um ato de maldade sem proporções antes mensuradas.

Um abraço a todos.

Menos pra Taynar, pra ela é um beijo.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Random Acts Of Violence Pt.3


Chegava na casa do médico, de novo, o motor parava, de novo, ficava eu pensando milhares de coisas ao mesmo tempo, será que aquela família não estava traumatizada o bastante, a luz da sala estava acesa, hoje a visita era mais cedo, eu caminhava ao lado dela com a serra apoiada no ombro, nenhum sinal de arrombamento até então, meu corpo pesava, os dias sem dormir cobravam seu preço em mim sem nenhuma piedade e hoje excepcionalmente eu não tinha nenhum aditivo no sangue para me manter alerta, eu parava ao lado da porta, longe do campo de visão de quem olhasse pelo olho mágico, ela parava a frente dele, definitivamente a visão dela era mais agradável, impressionante, em menos de um dia consertaram a porta, ela também o conhecia, o havia entrevistado, o único sobrevivente, a porta se abria, era ele, atendia calmo a jovem até colocar o pé na soleira da porta e me olhar, o homem ficava pálido em um segundo, eu não dava tempo dela perceber (Mais) mas ela era esperta já deveria ter imaginado.

- Oi doutor, como vai a família?

Ele estava estático, minha cara de pau era tremenda e inquebrável, eu empurrava ele de volta para dentro da casa dele, ela vinha atrás de mim falando.

- Doutor este é uma pessoa que está me ajudando no caso do roubo das peças da delegacia, das armas do crime e tudo mais, acreditamos que a pessoa que roubou tudo de lá esteja querendo continuar o trabalho do assassino e logo pode vir atrás de você, já que você não foi morto na noite passada.

Ele meneava a cabeça concordando, parecia mais calmo por alguma razão, não sei se era o fato de ele saber que era eu que estava ali para o proteger ou a figura dela naquele momento, áustera ao ponto de eu mesmo ter me surpreendido com as palavras, cada minuto que passa minhas expectativas têm se superado inclusive, eu ia fechar a porta, trancando-a, meus passos pesados seguiam até o sofá onde me sentava colocando a serra no meu colo, estava cansado ainda, soltava um breve suspiro sozinho enquanto as vozes dos dois outros ocupantes da sala se misturavam transformando tudo num bolo de mensagens na minha cabeça que o sono não permitia fazer mais sentido, não sabia nem se era de mim que falavam, mas eu sentia um toque no ombro de uma pele macia e a voz que me encantava me tirar de meu prebe delírio.

- Você está bem? Parece cansado...

Não, eu não estou bem, estou sentindo meus braços pesarem centenas de quilos, minha cabeça parece que vai explodir, meus olhos não estão se abrindo direito e eu estou me segurando para não bocejar.

- Eu estou legal... É só um pouco de sono porque dormi mal na noite passada.

- Ele já foi colocar a família em um lugar seguro, vamos ficar apenas nós três aqui, a luz vai ficar acesa. TV ligada, ele concordou em não chamar a polícia já que se tivessem guardas aqui o copiador poderia fugir e nunca mais o pegaríamos...

Ela ainda estava falando quando toda a conversa parava pelo som que todos esperavam, a campainha, tudo se parava naquele momento onde dois toques breves ecoavam na sala, o doutor fazia a parte dele, falava alto que já estava indo atender, a isca estava feita e ele não esperava visitas, dessa vez eu não podia errar, poderia ser alguém inocente, eu levantava, a serra desligada, a mão na partida, ela ia atender a porta quando eu colocava a mão espalmada sobre o ombro dela fazendo que não em um gesto de dedo, me aproximava da porta de forma ruidosa a deixar a entender os passos sem cuidado, levava a ponta da serra sobre o olho mágico tapando a luz, nessa hora o rugir da serra e acompanhado da dele vinha a minha ele atravessava a porta de corpo inteiro com a serra a frente, os estlhaços de madeira voavam por todos os lados e eu não perdoaria o incauto, a minha lâmina ia em direção a barriga dele, passando voavam os pedaços de pano, depois faíscas por todo ar, maldito, ele estava usan do um colete de malha por baixo, meu melhor movimento e no máximo consegui estilhaçar alguns anéis de ferro, ele era bom.

Ele não perdoava minha falha e vinha enquanto eu ainda recuperava minha guarda, eu me defendia como podia, colocando a minha lâmina a frente de meu corpo, a pancada me jogava de costas contra a parede e o inclinar da serra dele fazia láscas da parede voarem junto da poeira e das faíscas das lâminas se chocando e voando para todos os lados, ao reunir forças para empurrar meu agressor a minha própria lámina fazia um corte diagonal no meu peito, eu via os olhos dele fixos nos meus, eu conhecia aqueles olhos...

Eu o empurrava e ele baixava a lâmina, aguardando eu me recompor, minha mão vinha a minha camisa, rasgando-a jogando ensanguentada sobre o chão, segurava novamente a ferramenta com as duas mãos dando uma nova partida, ele erguia a lâmina novamente e voltavamos ao choque, batia com a lâmina na dele fazendo um show de fogos na sala do médico, mas ele estava atento, eu cansado, eu nem mesmo vi o chute em meu joelho que me fazia ajoelhar no chão tendo que apoiar-me de forma defensiva novamente, eu recebia uma joelhada que me fazia cair no chão a serra deslizava pelo assoalho ele erguia com a ponta virada para baixo e quando eu já me despedia da minha família... Ela pulava nas costas dele, segurava-o dando-me uma chance de me colcoar de pé mais uma vez, ele a atirava sobre o sofá e nas mãos dela algo brilhante ia junto, era a máscara e ao olhar eu via quem eu já imaginava ser, era meu primo, filho mais velho do tio que eu mesmo matei.

- Agora entendeu não é? Eu vi o que aconteceu naquele apartamento ontem, eu não fui a festa hoje, entrei fácil na delegacia para reconhecer o corpo do meu pai, daí para recuperar estas coisas foi fácil, mas eu não te culpo, só que você é um criminoso também, tudo vai estar acabado logo, baixe sua arma e eu prometo que pelo menos a reporter vive.

Eu não respondia, dava graças a Deus de ela não ter escutado isso, partia para cima dele vinha de lado agora, não iria mais vacilar, ele tinha o rosto para ser atingido, ele esquivava de lado e minha lâmina passava cortando a escada, corrimão e os apoios, ele vinha novamente, desta vez eu encostava ombro a ombro.

- Vamos primo, sabe que não dá dessa vez, eu só estou terminando as coisas, fazendo tudo como deve ser, você hesitou, eu não o farei!!

Flash de consciência, eu consegui na noite passada, eu inspirei os meus primos, fiz do pai deles um herói e por acaso um deles sabe que eu sou o vilão, ele está fazendo o que eu faria, fazendo o meu trabalho, mas ele não iria machucar ninguém, ele não era como eu, não buscava apenas castigar os inocentes, hoje ele mataria toda a família do médico se pudesse, me mataria, a reporter e qualquer policial na guarda, talvez os vizinhos junto, ele tinha que cair!!

Minha lâminha raspava no braço dele e eu recebia uma cotovelada, ambas as armas caíam no chão, eu o agarrava correndo batendo o corpo dele de costas na parede, socando-o na altura dos rins, forte, as serras giravam no chão, mas toda minha força não era o bastante eu esqueci do colete de malha, ele me acertava uma cotovelada no ombro me fazendo abaixar e vinha sobre mim me jogando no chão, onde eu apenas podia tentar quase inutilmente dos golpes contra minha cabeça, meu nariz sangrava e eu sentia o gosto do sangue na minha boca, dor de quando a mão dele rasgava a unha o ferimento de meu peito, para por fim ele agarrar a serra nova que ela havia me dado para terminar o serviço.

- Esse presente eu dei para ele filho da puta.

Bang, bang, dois no peito, bang, um na cabeça, o corpo dele caia de lado e minhas mãos batiam no assoalho da casa, estava ferido, cansado, abatido, derrotado, meus olhos embaçavam minha visão enquanto eu buscava foco, procurando-a, eu sentia a mão quente em minha face, ela dizia que tinha acabado, que ia ficar tudo bem, eu acreditava, o médico vinha junto, as palavras dele já não faziam sentido, me forçava para conseguir ver mais uma vez o rosto dela, minha heroína, obrigado...

Eu não sentia mais as mãos dela, não ouvia mais ninguém, por fim eu perdia meus sentidos e nada mais era dor...

Só o que restou no meu fim foi ela...



Não.




Eu abro meus olhos num quarto de hotel limpo envolto em lençol branco com bandagens no peito curativos no rosto e uma terrível dor de cabeça, eu não morri, quando tudo estava perdido e eu não sabia mais o que fazer a voz do único anjo dessa história me traz de volta a realidade.

- Bem vindo ao mundo dos vivos grandão, achei que tinhamos perdido você.

Você jamais vai me perder...

- Eu achei que tinha virado história também.

De certa forma, meu comentário não estava tão longe da realidade.
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Frase do dia: "You died, but it's not the end."

E é o fim de todo o primeiro capítulo, continua na semana que vêm.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Random acts of violence Pt. 2


Existem coisas difíceis de entender, coisas na vida os quais nós humanos em nossa gigantesca sabedoria simplesmente deixamos a desejar sobre certos assuntos... As vezes devemos simplesmente acreditar que há algo além de nós, existem pessoas além de nós e existem forças que nos movem de maneira lenta ou rápida, tanto faz, todos já passaram por aquele segundo onde o mundo gira devagar... Um primeiro beijo, uma visão alegre, um prazer imenso proporcionado por fazer algo que se gosta. Assim como temos a agitação de uma paixão que para você foi em um segundo e nunca existe tempo o bastante para se saborear o momento...

Eu sentia agora meus olhos arderem, era a segunda noite sem sono, em minha garganta estava ainda atravessado o último acontecimento, o carro estava em movimento mais uma vez, a viela escura dava lugar a pálidas luzes de postes passando por nós, a janela aberta e já fazia algum tempo que eu não dizia uma palavra, eu via a boca dela se mover, mas nada fazia sentido para mim, minha disfunção de atenção devido a poder apenas pensar nos lábios dela.

- Vamos ter que parar em uma loja de ferramentas pesadas, eu vou precisar de uma motoserra...

Nessa hora ela encostava o carro com uma freiada que quase faz minha testa bater no painel. Como eu sentia raiva quando alguém fazia isso.

- Vêm cá, qual a tara de vocês pela motoserra? É algum fetiche? Uma encenação de filme trash? Quer refazer a cena do massacre da serra elétrica velho num combate mortal de serras barulhentas com faíscas e tudo mais? Eu tenho uma arma no porta luvas, atira nele ué! Ou melhor chama a polícia!

Mulheres, ela têm uma razão, se em filmes tivessem atirado no maníaco com a serra ele teria morrido, os heróis sairiam pulando e correriam em direção ao Sol com rosto de bebê na terra dos Telettubies.

- Minha tara por motoserra foi ótimo, vou explicar basicamente porque não vou arriscar meter bala nele. Visualiza o maníaco com a serra, braços erguidos vindo na sua direção, como ele veio, você atira, bang, bang no peito do safado... Se ele estiver de colete eu acabei de morrer...

Ela me olhava pronta para rebater o assunto, mas eu interrompia prontamente.

- O tamanho dele, como o meu implica em certas vantagens como se usar armas de baixo calibre mesmo sendo atingido em braços e pernas eu conseguiria continuar a tempo de matar quem atirou em mim, se usar de grosso calibre a precisão e a rajada de tiros diminui, tendo que me colocar perto demais dele, o que pode ser perigoso...

- Atira na cabeça.

Ah sim, essa sim é a soluçao master.

- Já atirou alguma vez na vida? É difícil acertar na cabeça e mesmo que eu consiga a chance de eu acertar pelo furo do olho dele é remota e a máscara de ferro é blindada para resistir a essas coisas.

- Você explicou porque não usar um revolver, porque a serra?

Essa era a pergunta de verdade não era, você nunca quis saber porque não uso a pistola, queria saber porque a meleca da serra, num era mais fácil perguntar.

- Entre as escolhas de armas brancas eu não escolheria facas, ele teria a vantagem de alcance, não usaria espadas, elas não cortam como em filmes, não usaria machados, são lentos demais nem bastões são ineficazes demais, uma serra corta fácil um colete a prova de bala, destrói boa parte de opções de armas como cassetetes ou afins, têm um bom alcance. Combinada com uma boa força física para manobrar ela é mais fácil de usar para combate corpo a corpo, quanto a chamar a polícia, bem, se a polícia pegar ele antes de nós sua história no jornal vai pra vala.

Sem contar que faz sim a gente parecer saído de um filme trash e nos faz sentir mais poderosos.

- Ah, sim... Entendo... Como sabe disso tudo?

Mas heim? Minha cara de bolha humana permaneceu, maldita pergunta.

- Internet. Tenho muito tempo livre e sempre quis saber porque não atiram no vilão da serra.

Ela ria, sabia que não era isso, mas a desculpa pelo menos foi engraçada, mas isso me faz pensar. Como consegue!? 47 segundos atrás era uma donzela em perigo, agora passou a reporter, interrogadora e está rindo, a capacidade de mudança de humor e recuperação de uma mulher me impressiona mais e mais a cada dia.

- Que vamos fazer depois que você comprar a serra? Compramos uma máscara de hockey para você também e marcamos um encontro para uma luta até a morte? Ou podemos também psicografar onde ele vai aparecer e ir atrás dele.

- Você tá engraçadinha agora né? Olha, eu tenho uma teoria, este cara não é o Morte, mas alguém ligado a ele de alguma forma que se sentiu obrigado a continuar o trabalho dele, ele têm vítimas possíveis, outros reporteres que cuidem do assunto difamando o dito cujo, ele estar perto da delegacia significa que ele poderia querer encontrar alguma pessoa que poderia ter incriminado o anjo e ainda estivesse vivo por aí, então ele pode ir atrás do parceiro corrupto do morte original ou o que eu acredito, ir atrás do médico que ficou vivo na noite passada...

- Eu aposto no médico.

Boa garota, nós paramos na loja, mas ela colocava a mão sobre meu peito me olhando com um sorriso dava uma piscada e entrava sozinha, ela volta depois, com a serra na mão, o motor vermelho, com um adesivo de um beijo e me entregava.

- Isso é por ter salvo minha pele lá atrás garotão... Agora vamos salvar um médico...

Eu segurava a ferramenta estático, indo para o carro depois, já tinha gasolina no motor e tudo... Ao entrar ela estava com a pistola no colo.

- Não esperava que eu ia ficar com o salto alto pra correr e deixar você fazer tudo sozinho né? Aquele filho da mãe tentou me matar e arranhou meu carro.

"Eu te amo."

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Continua no próximo episódio...

Frase do dia: "O problema e que se eu entrar posso não querer mais sair"

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Random acts of violence Pt. 1


A estrada estava vermelha, dia e sol ia se encerrando num entardecer rubro sobre o asfalto quente que se distorcia pelo caminho, o ar abafado entrava pela janela acariciando meu rosto como a mão do próprio demônio a acariciar seu filho, meus cabelos grdavam molhados pelo rosto e chicoteavam pela velocidade, pegava o celular, discando o número que conseguira de forma ilícita, chamava uma, duas vezes. Atendia, a voz feminina antes apenas ouvida pelas caixas de som num suave e preguiço soar ao pé do meu ouvido, quase me fazia perder a direção do carro no momento de distração...

- Alô?

Que belo jeito de iniciar uma conversa, mas havia pouco tempo.

- Você nunca me viu antes, nunca ouviu minha voz, mas me conhece bem...

Isso poderia ter soado mais psicopata? Eu preciso de ajuda não de uma mulher apavorada de um filme de Hitchcock, burro, burro, burro, quanas mil vezes ensaiou isso? Quantas horas passadas com o telefone na orelha de frente para o espelho para soar como Norman Bates...

- Quem está falando? Olha eu não tenho tempo para mais um psicopata me ligando dizendo ser o anjo da morte.

Um suspiro seguido do pensamento. Tá quantos psicopatas ou espertinhos devem ter ligado pra reporter que cuida do assunto dizendo ser o próprio dito cujo. Quantas dezenas de pessoas não escreveram e-mails dizendo ser eu.
-
Está bom, eu não vou dizer que sou o tal assassino... Mas vou dizer que eu sei como a serra elétrica ultrapassou crânio e osso em um dos assassinatos de ontem a noite e que pegadas ficaram sobre a mesa...

Ahá! Informção privilegiada ou eu era legista ou era o próprio dito cujo ou estava lá na noite, ela sabia ela investigou a cena. A comemoração eram algumas batidinhas no volante e o silêncio do outro lado da linha qualificava que algo tinha passado.

- Tá bom, conseguiu minha atenção. O quê quer?

Quem pudesse ver meu sorriso a esta hora não diria jamais que eu poderia ceifar vidas com a facilidade que eu o faço.

- Me encontre no parque próximo onde fica o depósito da polícia, de onde foram roubadas a máscara e as ferramentas, não se preocupe em me procurar, fique a vista, eu encontro você, vá sozinha se houver mais alguém eu simplesmente vou passar direto.

Olha o instinto criminoso, mas somos todos humanos e a curiosidade supera as vezes o mais alto instindo de auto-preservação.

- Estarei lá em meia hora.

Eu chegava antes, já havia planejado isto estacionava o carro num lugar escondido, mas aquele arrepio na espinha, aquele frio na nuca que chega quando um espirito ruim está por perto, tinha mais alguém naquele lugar. Eu descia do carro, acendendo um cigarro sentando num canto perto de uma lixeira como um vagabundo qualquer, esperava mas sentia meu coração inquieto, algo ruim estava para acontecer. Ouvia o barulho de um motor de carro, via estacionando, os faróis apagavam o motor silenciava, um deles pelo menos, o outro dava um grito estridente a serra, eu via com olhos arregalados o homem correr, era eu, o braço enfaixado, a máscara, o cabelo, seja lá quem for me conhecia, ao menos meu IT, a serra ligada e os passos rápidos em direção ao carro, eu levantava indo até lá, só poderia imaginar que passava pela cabeça dela, eu sentia meus músculos trabalharem, a injeção de adrenalina, ele podia me sentir, olhava nos meus olhos e via minha alma como muitas vezes fiz, virava a serra em minha direção minha mão encontrava com seu pulso segurando e minha cabeça batia violentamente contra a máscara, minha testa sangrava com o choque mas isso o desnorteava, ele girava a sera de um lado para o outro, estava de frente para mim, seria difícil acertá-lo, num lapso de inteligência eu agarrava uma lixeira batendo com ela na cabeça do infeliz que caía, fazendo um corte raso em minha perna, eu nem lembrava mais da dor, eu ouvia os gritos desesperados no carro quando eu virava para ela.

- Liga o carro, rápido, vamos embora daqui!!

Ela voltava a realidade o desespero a fazia errar a ignição algumas vezes mas eu ouvia o carro ligar, ele se levantava quando ela fez a volta para me pegar, a serra vinha pelo capô do carro raspando faíscas por todos os lados eu o acertava com a porta o fazendo recuar e aos poucos o ronco da serra elétrica desaparecer na noite... Eu não sei o que ele queria, mas ele pretende matar... Um ato de violência aleatório de cada vez, assim continuaria meu legado. Ele precisava ser detido, mas eu não tinha as ferramentas adequadas, não vai acontecer de novo.

Enquanto eu me perdia em meus pensamentos de vingança, acerto de contas e coisas assim deixei de notar que a jovem reporter ao meu lado tremia e chorava sem dizer uma palavra, ela estava desesperada, era a segunda vez que era atacada mas agora era pra valer, era para matar, não pra ensinar uma lição eu podia ouvir a respiração nervosa dela.

- Fui eu quem te ligou, mas me perdoe eu não sabia que o maníaco viria...

Ela encostava o carro.

- Eu não pensei isso, eu imaginei que ele não teria morrido, mas não era o que eu esperava, achei que apenas atacasse criminosos famosos, violentos, perigosos, cheguei a sonhar com o dia que o
conheceria...

Ela desabava em lágrimas, eu não acreditava nas palavras, meu coração parecia bater mais forte e pela primeira vez na minha vida não era mais importante derramar sangue ou matar ninguém, eu tinha encontrado algo mais importante. Antes que eu notasse minha mão estava sobre a dela, a outra tocava a face da jovem fitando-a nos olhos marejados de lágrimas.

- Não se preocupe, eu a chamei para te dar a história de sua vida, eu sei que posso parar aquela coisa, apenas preciso das ferramentas certas, ele não vai parar, então precisa ser parado.

Dizem que só se muda o mundo com um ato de bondade de cada vez, mas eu não sei quem estava sendo ajudado aqui, se era ela como a donzela em perigo e eu como o cavaleiro pronto para morrer por ela... Ou eu o cavaleiro na frente da toca do dragão tirando a coragem para lutar da vontade de estar novamente com sua princesa... Era uma noite quente de verão em uma rua escura entre prédios e fios num lugar vazio, mas naquele momento eu estava nascido de novo... Agora só precisava de uma serra nova.
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Frase do dia: "Não feche a porta depois que eu entrar... Deixe a luz vir junto para que com ela eu possa dar uma boa olhada no teu sorriso ao me ver aqui."
Continua...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

All the small things

Depois de horas de jogos de video-game e de apanhar um pouco dos primos menores que me escalavam e de algumas merecidas risadas saía, voltava para o quintal de casa sendo atingido no pé pela bola de futebol meio surrada.

- Você nunca foi bom nisso, será que aprendeu alguma coisa?

Meu pai sabia ser irritante as vezes, ele era melhor do que eu em muitas coisas mas sempre quis que eu o superasse... As vezes eu tinha vergonha do que eu era, imaginava o que poderia vir a ser, mas nessa hora sacudia a cabeça e voltava a realidade, colocava o pé sob a bola, erguendo-a no ar e tocando de cabeça para o coroa que a segurava nas mãos.

- A gente se esforça e acaba melhorando em certas coisas.

Ele sorriu, eis algo que eu não via com frequência, ele entrava fazia um gesto para que eu o acompanhasse e eu o fazia, lembrava de quando era garoto e estava na hora de dormir como corria para dentro de casa, pulava na cama e esperava uma história, passava pela estante da sala, deslizando as pontas dos dedos por tantos livros que lera em tempos passados, passava pela cozinha, podia lembrar de ficar ali vendo a mãe cozinhar tentando roubar algo para mastigar aqui e ali, meu quarto, tanta coisa já mudou nele, do berço a mini cama, a cama, ao colchão no chão pra ter espaço para tanta quinquilharia que colecionava, livros, revistas, cds, hoje era o escritório do meu pai, mas porque eu quis assim, meu colchonete ainda está enrrolado atrás do armário, eu posso ver, certas coisas nunca mudam, chegava ali onde ele sentava em uma cadeira, oferecendo-me a outra onde eu rapidamente ficava, encostando-me esperando o que viria.

- Eu soube que seu tio faleceu esta madrugada, op pessoal lá fora também, a festa praticamente acabou com isso, eu queria saber como você está...

Eu não havia entendido a pergunta, séries de pensamentos dessa madrugada passaram pela minha cabeça em um segundo, mas havia parecido uma eternidade...

- Eu vi o que aconteceu, todos sabíamos que seu tio era corrupto, que recebia propina, ele sempre pareceu cuca fresca, mas o que ele fez me fez pensar, como qualquer um de nós um dia pode pirar com as coisas que acontecem, pirar com um imposto que aumenta, uma injustiça, uma imagem que nos passam por e-mail de uma criança com fome, eu sempre fiz tudo para ser um bom exemplo para você, para seus irmãos... Você se distanciou muito desta família, eu queria saber como você está. Pode ser sincero com seu velho pai, sempre fui seu amigo, sempre vou ser.

Lembram do que falei sobre se sentir pequeno? Como alguém compete com isso? Eu li uma vez que nós somos apenas um grão de areia no deserto, mas sem esse grão o deserto ficaria incompleto, ou algo assim, cada um de nós têm um papel aqui nesta vida, era difícil saber exatamente qual e normalmente perdemos nosso tempo fazendo perguntas nos questionando sobre o quão grande poderíamos ser. Mas quando eu lembrava daquele senhor na minha frente eu lembrava que poderíamos ser apenas nós, simples, um pai, uma mãe, um filho, um irmão, o importante é qualquer coisa que sejamos sejamos os melhores no que fazemos, ou pelo menos nosso suor caia até que tenhamos dado tudo de nós, ele era isso, ele escolheu ser um pai e sempre foi o melhor. Sabem, no fundo eu tenho orgulho disso, cada vez que eu faço o que faço sei que não vão machucar meu velho pai, sei que outras famílias vão se manter unidas sabendo que têm um criminoso a menos na cidade, quem sabe um dia eu não terminava o serviço e não podia deitar minha cabeça nessa casinha de subúrbio, depois de um dia normal de trabalho, depois de um jantar com a família, irritado se os filhos estavam com notas baixas?

- Eu vou bem pai, eu li o jornal, soube do meu tio, mas eu ainda sou só um eletricista comum.

Alguém acreditou nessa, nem eu acreditei.

- Filho você tá precisando de uma namorada...

Ele ria, sabia que não estava tudo bem, mas deixava claro que se eu precisasse estaria lá para mim. Será que um dia eu seria assim... Peraí, volta a fita, ele disse namorada? Engraçado, agora que ele mencionou.

- Têm uma garota pai, eu conheci um dia desses, como aquela pancada que você leva na cabeça nem sabe de onde veio, naquele dia que se está vendo o jornal e derrepente você sente seu coração bater rápoido sem aviso prévio.

Tá, agora sim foi verdade. impressionando o quão verdade.

- Filho, ouvindo você falar assim eu acredito que logo quem sabe eu não conheça uma futura nora.

Ele dava aquele tapinha no meu ombro que deixaria qualquer um desconcertado, levantava caminhando para fora.

- Foi bom te ver filho, tenta vir mais.

- Valeu pai...

Eu fiquei ali naquela cadeira por mais alguns minutos, pensando na vida, pensando em mim, pensando em... Que porra é essa!? A voz no jornal, era ela, mas a notícia fazia meu sangue ferver.

- "Hoje ao meio dia foram roubadas as ferramentas e a máscara do Anjo da Morte, parece que alguém com um mal gosto para piadas pretende continuar o serviço do vigilante mascarado."

Justamente o que eu precisava, são minhas coisas eu ia roubá-las de volta numa hora propícia, agora têm um maníaco mascarado que pensa que sou eu a solta por aí, eram várias despedidas, abraços, abraçoas apertados de consolo para a família, tinha choro e eu queria ficar, mas eu precisava pensar. A noite iria cair, alguém iria morrer e o maníaco com minhas coisas poderia atacar qualquer pessoa... No caminho para casa dentro do ônibus pensava sobre onde iria começar a procurar, talvez fosse hora. Em casa ia para o banho, se arrumava, vestia a camisa de lenhador, a calça jeans, ia para o carro, sem ferramentes esta noite, eram quase seis horas. Saía pegando a estrada novamente...

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Continua no próximo episódio...

Frase do dia: "O final do arco íris com o pote de ouro pode estar do seu lado, mas você sabe COMO procurar?"

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Crazy little thing called MADNESS


- Acorda dorminhoco, esqueceu que hoje tinha combinado de vir aqui, seu pai vai fazer um almoço, é festa de família, você prometeu vir dessa vez.

Um minuto de silêncio, alguém viu a hora? Eu olho pela janela, vejo a chuva batendo fina naquele amanhecer amarelo de um dia depois de uma noite de trabalho, almoço com a família, a oportunidade de ouro de todo mundo me criticar, criticar minhas olheiras, minha preguiça, meu mal humor.

- Tenho mesmo que ir, não posso ir doar um orgão? Eu tenho coração e cérebro que posso doar hoje.

Não custa nada tentar né?

- Não, meio dia aqui na porta ou vou te buscar por esse cabelo que você não sabe lavar.

Ah sim, criticar minha higiene pessoal também.

- Tá bom mãe.

Porque os pais fazem isso com a gente, já não basta o mundo te irritar o bastante? Eu tinha planos inadiáveis para hoje, eu ia dormir frenéticamente, mas não, têm que ir almoçar com Tio Euclides e Tia Gerusa que vai apertar minhas bochechas e dizer que sou o garotinho da titia mesmo tendo passado dos 30, sem contar aquele mulão de primo correndo, sangrando, soltando catarro, se espancando, gritando. Sim, minha família não é diferente da de ninguém, minha mãe é uma psicopata superprotetora que acredito eu trabalharia melhor com a motoserra do que eu caso alguém machucasse a mim ou meus irmãos, aquelas senhoras que todo mundo gosta de ter como mãe, que sempre tá ajeitando seu cabelo, trazendo um biscoito pra te engordar, falando contigo sobre a novela que você nunca vê e te explicando toda a trama da história.

Meus tios são daqueles variados mas do tipo de Zé que você encontra como tio pela vida, aquele que só fala de futebol, o que a sequela da cachaça não te deixa mais distinguir quando ele tá sóbrio porque voluntáriamente enrrola a língua, têm aquele tio que só te conta sobre quem morreu, sobre as últimas visitas ao médico e doenças novas que ele descobriu e o solteirão que só fala putaria e parece malando carioca de filme nacional velho.

Aí vêm as tias, ah, fala sério, quem num têm aquela tiazona gordona que nunca cresceu, entope a mente de cerveja, bate no marido, fuma e ainda assim não perde a pose de musa anos 20, temos aquela que é hipocondríaca com os filhos, se pudesse criava eles numa bolha e ia rolando ela pra lá e pra cá, temos aquela tia gostosona que nunca casou que fica sempre parada num canto rindo, temos a tia trabalhadora que escolheu a carreira ao invés da filharada e que todo mundo acha que é lésbica.

Gente, nada na minha família é diferente, meu irmão é um pretenso biólogo que ainda quer entrar para a polícia para dissecar gente, minhas irmãs vendedora, publicitária a outra mais nova querendo abrir uma veterinária, têm família mais clichê do que a minha?

Aí entra meu pai, aí que fode a porra toda, o senhor princípios morais e correto, daquele que nego tá comendo o cu dele no trabalho ele só pede um beijinho no pescoço, daqueles que deixam milhões na frende dele e se sumir uma moeda é o primeiro a se abaixar pra procurar, que nego dá fechada na rua ele ainda pede desculpas. CARALHO QUE INVEJA! Como eu queria não ficar puto com tudo que acontece, eu espanco um sofá se eu bater com o pé nele e a culpa é minha, ele até xingava Deus e o mundo, mas tipo, sem perder a pose do patriarca correto, o puto num têm um podre, nunca conta uma mentira, nem um segredinho obscuro e o maior crme da vida é roubar doces pra comer sendo diabético.

Verdade seja dita, todos os defeitos a parte são uma boa família, o problema é.

Ao olhar no espelho eu não me vejo mais enquadrado nessa família, embora a máscara não esteja ali eu ainda a vejo, sinto falta, minhas ferramentas que perdi... Sem contar que provavelmente hoje vão falar da morte do tio, olha minha cara de bunda quando tocarem no assunto, eu queria provar um ponto de vista, talvez seja a chance de ver se os filhos dele vão se orgulhar do pai ou se eram como ele. Enfim, vou colocar minha... Melhor... Camisa... Porra, quanto tempo num compro uma roupa decente, vou de calça jeans e tênis compro uma camisa no caminho, acendo... Um... Cacete num posso fumar lá, todo mundo sabe que tenho problema de pulmão vou virar assunto, tá foda... Pelo menos... Tá... A tá de sacanagem, nem a chuva mais, como vou colocar camisa de manga comprida com o Sol saindo, como vou esconder os machucados? MeLeCa, saindo pegando.... O... Carro... Que porra, como vou com meu carro, tá todo cheio de sangue, vou ter que ir de ônibus? Ahhhh alguém atira em mim...

Banho frio, banho frio para tomar coragem, deixando a água cair nas feridas e nos machucados do corpo, arde como o inferno mas é bom, a dor deixa esperto, vou precisar ficar esperto hoje, não deixar a peteca cair, vestia a calça, os coturnos, saía sem camisa com a carteira na mão, pelo menos dinheiro ainda tinha um pouco, subia no ônibus com o cabelo molhado caindo pelas costas, atraía quase todos os olhares, afinal quem tinha tantas marcas de corte, tiro, pancada e não estava morto? Ia lá pro fundo do ônibus, sentando sozinho na janela, descia no shopping, andando até uma loja bizarra cheia de pobre estilo C&A, cheio de gente andando, suada, encostando, gente feia por todos os lados, coisa bonita, shopping suburbano, ZONA NORTE NEGUIN, mas enfim, comprava uma camisa preta larga indo para o caixa, pagava e vestia a camisa, todo torto para arrancar a etiqueta, podia ter lambrado de fazer isso antes, já passava de meio dia, ia rolar esporro, passava na farmácia comprava bandagem para enrrolar o braço cortado, o fazia, ia dizer que era queimadura, ainda trabalhava com eletricidade podia ter feito merda, costumava ser desajeitado mesmo.

Enfim, pegava um taxi os pais moravam por perto, o portão aberto mamãe na porta.

- Ué, não veio de carro? Você gosta mais dele que de mim.

- É mãe, vim encher os cornos com a senhora e se venho de carro ia ter que ficar pro dia seguinte.

Abraçava a mãe pegando no colo e indo para dentro de casa.

O grito:

- Cheguei putada!!

Todo mundo ria milhares de, oi tudo bem, cresceu, tá gordo, tá alto, tá magro, uma ou outra prima gostosa reparando no ex gordinho, ah que se dane, largava a mãe dando um abraço no pai perto da churrasqueira, ele olhava o braço machucado

- Já fez merda, era desculpa pra não vir.

- Se eu falar que não você acredita?

- Não.

- Então era.

Buscava a cerveja no isopor do canto, sentando perto dos primos menores, crianças são legais elas falam menos, depois de alguns minutos já tinha sido arrastado com uma coxa de frango mordida na boca para a sala jogar videogame com as crianças. Até que não tinha começado tão mal.

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Segunda, dia de cão, o meu até começou bem, meu filho comigo na minha casa, falando com os amigos, o foda é ver Discovery Kids, mas enfim, da-se um jeito.

Boa semana pra todo mundo, boa sorte para cruzar esta segunda feira.

Frase do dia: LOK'TAR OGAR!! (A vitória ou morte)

Hasta.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Family bounds


Muitos carros na rua, apartamento cheio, eu reconheço os carros, eles estavam na lista, eram para estar em outro lugar, sorte grande? Não acredito mais em sorte, não existe, apenas uma série de fatos que favorecem apenas aos mais fortes, aos mais bem preparados. Eu ia deixar isto pro final, mas não aguento mais, se tudo der certo a noite termina aqui. Estacionava, vestia um macacão preto, pegava a serra no banco de trás, apoiava ela no ombro, suspirava alisando os dentes da criança pródiga, fechava o carro, subia correndo por fora do prédio, escada de incêndio, isso seria uma puta duma festa, cada passo batia pesado sobre a escada de ferro, enquanto subia ofegante, não por cansaço mas simplesmente ansiedade, logo estaria lá diante de várias testemunhas que logo seriam apenas corpos calados entre víceras batidas, com sorte sem muito mais azar por uma noite.

Não parava, não dava tempo, coração acelerado ao se jogar pela vidraça do apartamento ligando a serra ainda no ar, o barulho do motor da ferramente movido a gasolina assustava quem estava preparado para isso, todos estavam juntos esperando o toque de sempre, o chute na porta seguido dos gritos de dor. Hoje não, vinha pela janela descendo a serra pelas costas do primeiro incauto que gritava alertando os demais, quebrando o silêncio da noite quieta colorindo a sala branca do apartamento com sangue que espirrava por todos os lados, não parava para atacar a outros, o medo era a melhor arma e tinha que usar ela bem, a serra parava fincada no chão quando cada metade da vítima caía para um lado diferente com um vazio nos olhos culpando os outros por não haverem previsto que isto poderia acontecer, haviam mais 4 deles no recinto, todos apontavam as armas, o primeiro impacto da escopeta de cano serrado o atinge bem no meio do peito, jogando-o para trás, fazendo um buraco desfiado no macacão de mecânico preto, olhava para quem o fez, escondido atrás de uma mesa, surpreso pelo fato de eu não ter caído, corria pisava na cadeira, logo em seguidasobre a mesa, descia a serra de frente, cravando ela de ponta na cabeça do pobre infeliz, descia até onde conseguia arrancando-a pela frente, pedaços de crânio voávam pelo lugar, miolos agora decoravam a velha mesa de jantar e pedaços dos mesmos estavam pendurados pelo macacão e pelos dentes da serra que girava ainda, ainda havia sangue para ser derramado.

Todos abriam fogo, estavam em choque mas não havia nada a fazer, um, dois, três tiros nas costas, o corpo nem mesmo cambaleava, as drogas que usava antes da noite evitavam a dor, os olhos vermelhos apenas viravam buscando quem seria o próximo alvo e antes mesmo do corpo bater no chão espalhando a poça pelo chão de tábua corrida outra coisa o acompanhava, na descida da mesa pisou no banco de uma cadeira, o outro pé no encosto, fazendo a cadeira tombar, um grito da serra ao ser aumentada a velocidade e outro de dor quando a mesma passava pela barriga do cidadão de pouca fé, ignorante, trazendo arma para uma briga de serra... Essa frase é estranha quando usada assim, mas para ele deveria fazer todo sentido ao ver seus orgãos caíndo no chão a sua frente e meus olhos fixos nos dele, haviam dois, um na porta do quarto outro logo ao meu lado, dois tiros, um no rosto, ao bater na máscara faíscas voam, a serra subia, mais dois tiros, nenhum ia para lugar nenhum, o braço caía segurando a arma havia sido apenas um reflexo, largava a serra no chão, agarrando o infeliz pelo pescoço, correndo com ele através da sala, arremessava-o pela janela o corpo ultrapassava a escada de incêndio e os gritos apenas cessavam quando a cabeça dele se encontrava com o chão molhado de chuva no beco escuro.

Um alvo, vinha caminhando enquanto ele recarregava, abaixando para pegar a pistola ainda presa a mão recebia um, dois, três, quatro, cinco tiros, um de raspão no pescoço, ardia...

- Por quê você não morre, quem diabos é você?

No último momento de desespero do homem eu tirava a máscara.

- Você sabe bem... Oi tio.

Coroando a cena com um tiro apenas, bem no fígado, onde sabia que sangraria até a morte, jogava a mão armada perto da janela onde havia arremessado o corpo.

- Bem, vamos agora aos detalhes.

Abria o macacão revelando o colete com as perfurações, tirando o mesmo, ficando a camisa manchada de sangue, tirava o macacão, as botas, as luvas, usava luvas cirúrgicas por baixo, escondia as digitais.

- É bem simples, eu mato criminosos, mas a polícia está atrás de mim, você é um policial corrupto, logo vou te fazer um favor, vou te transformar em um herói.

Jogava o tio sobre o chão, vestindo-o com as roupas com marcas de sangue de toda a noite, de cada uma das vítimas, por isto não havia se dado ao trabalho desta vez de não deixar provas, levaria tudo a um desfecho de uma vez, o homem já estava morto com olhos arregalados quando eu colocava a serra na mão dele.

- Agora você leva a culpa por ter matado algumas dezenas de criminosos, você morre herói, morre justo e seus filhos poderão um dia ter orgulho de você. Enquanto isso eu deixo meus bens mais queridos como tua herança, esta serra foi minha primeira arma, minha escolha, minha piece de resistance, esta máscara, foi você quem me deu, sorte usarmos o mesmo tamanho.

Injetava drogas no corpo dele para poder na hora do teste de DNA não restar dúvidas de que deveria ter sido ele a matar todos, era meu tio teria uma combinação as drogas colaborariam para identificar, perfeito, pegava as chaves do carro no bolso depois de fazer um corte profundo no braço dele para poder haver testemunhas de que ele poderia ter sido o assassino, o médico havia visto eu me cortar daquela forma, arrastava corpos de forma a encobrir as pegadas que eu deixava, descia com a chave do carro dele, abrindo, pegando as ferramentas e armas que eu usei durante toda a noite no porta-malas do carro deles, era difícil, mas a serra foi mais difícil de abandonar.

Depois de tudo feito ia até o orelhão ali perto, dizia ter visto um corpo cair da janela do quinto andar ia embora antes de a polícia chegar, pegando a estrada de volta para casa, ouvia uma música lenta, acendia um cigarro com o braço cortado pendurado para fora da janela o segurando chegava em casa perto do amanhecer, guardando o carro na garagem, subia as escadas para o apartamento sujo onde ia direto para o banho, jogava as roupas na churrasqueira na varanda jogando álcool e queimando junto de outras evidências que poderiam ser encontradas, queimava um pedaço de bife na churrasqueira para aproveitar o fogo, afinal não havia comido nada a noite toda, ligava o ventilador barulhento e emperrado no teto deitando na cama cansado, pegava no criado mudo agulha e linha, costurando o braço enquanto ainda estava sob efeito das drogas, após tudo terminado ligava a TV, estava no notíciário a notícia dos assassinatos em série de seu tio, era a mesma repórter que apresentava, ela não escondia o sorriso ao saber que muitos criminosos haviam morrido naquela noite e lamentava a morte da única pessoa que ainda parecia se importar com quem não podia se defender.

Que bom pra ela que ainda estou vivo...

O telefone toca

- Oi bebê!!

E derrepente eu desejava estar morto.

- Oi mãe...

E vocês que achavam que eu era filho de chocadeira...
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Dia começando tarde, sem erros. Sem quedas. Sem medos. Sexta, dia de cerveja, nada de interessante durante a semana tirando pelas coisas boas que já haviam acontecido antes.

A semana se vai e não sabemos o que fica dela, eu não sei o que ficou de bom da minha, sei que estou com muito café na veia, que me estressei de graça e meu all-in com um three aces perdeu para um four of kings.

"Still, i do have my Ace of Spades under my sleeve..."

Assim nós nos lembramos porque temos medo do escuro. Mas sexta a noite é um dia diferente toda semana e segunda vai ser uma merda, mas sempre haverá a semana que vêm.

Me despeço deixando nada para vocês o fim de semana, espero que cada um tenha um fim de semana ótimo e se divirta bastante.

Frase do dia: "O passado é um quebra cabeça, como um espelho quebrado. Conforme você vai montando, sua imagem vai mudando. E você muda com ela. Poderia te destruir, te deixar louco. Mas aceitá-lo pode te libertar"

Metallica - Helpless (Quase)

"Eu tenho que ver você se movendo rápido
Ver você vindo em minha direção
Ver os sonhos, torcer para que durem
Nunca desaparecer.

Tenho que ver luzes no céu
Fazer barulho esta noite
Atear fogo em tudo
Fazer tudo se acender.

Ver as luzes que piscam
Escutar o rugir do trovão
Vou te acender todas as luzes
Tenho que conseguir cara
Eu não tenho escolha
Tenho que encher este salão hoje.

Sem ajuda

Não sei o que vou fazer
Talvez não hoje
Vou aquecer todos vocês
vou tratá-los bem.

Eu poso ver as luzes piscando
Acesas diante do teu amor
Tenho que ouvir o rugir do trovão
Vindo de cima

Ver as luzes piscando
Ouvir o rugir do trovão
Não tenho escolhe
Tenho que encher o salão hoje

Sem ajuda

Consigo ver as estrelas
Mas não vejo o que acontece
Todo noite sozinho
Cantando para me divertir

Apenas o tempo vai dizer
Eu farei sozinho algum dia
Este palco é meu
Este é meu destino

Não dá para espremer a vida de mim."

Hasta,
Foda-se.

Um beijo pra vocês e pra quem fô da suas famílias.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A fork in the highway to hell


A chuva ficou as minhas costas, estava na soleira da porta quando apertava a campainha, pegava o serrote olhando fixamente no olho mágico, o som de risos lá dentro, o olho escurecia, alguém estava atrás dela, senhoras e senhores apertem os cintos e preparem-se para a decolagem. A bota batia contra a porta arrebentando o trinco jogando estilhaços de madeira para todos os lados, os risos viravam gritos ao verem saído da noite e da chuva o demônio em carne e osso, a chuva se misturava ao suor e nesta hora a adrenalina subia que eu podia ouvir meu coração bater. Então entrava o primeiro passo deixava uma pegada imunda no chão da sala passando pela porta que caiu, os olhos perscrutavam os presentes, ali, a vítima, teria que ser brutal, violento, assim os outros fugiriam, não seriam perseguidos, os olhos castanhos do homem por outro lado nem mesmo me notavam, ele olhava o chão estático, o quê poderia deixar um homem com mais medo do quê o gigante fantasiado de personagem de filme de terror.

A curiosidade me possuía naquele breve instante e a cena... Houston, preparem-se todos o avião vai cair... A visão foi como um tiro, as batidas aceleradas se tornaram um chiado estridente anunciando a parada cardíaca, quem atendera a porta era a esposa dele, com um bebê nas mãos, tinha sangue, ela estava desacordada, num movimento brusco abaixava pegando o bebê erguia ele no braço, os olhos do homem acompanhavam cada movimento o bebê estava acordado, olhos bem abertos, a mãe tinha sido atingida, ele não, respiraria aliviado se pudesse, colocava o serrote como se ameaçasse o bebê, mas na verdade a serra estava apoiada em meu braço, me rasgaria antes de arriscar machucar um inocente novamente.

- Ninguém se mexe, todos sentados, eu estou tingindo a noite de sangue e vou fazer com o de todos vocês se me provocarem...

Mais um blefe.

- Você! Pra fora!

Saía e o homem acompanhava sem pestanejar com os olhos nos dentes da serra.

- Você trouxe isto até você, eu vou deixar todos em paz e levar apenas a sua vida. Eu sou o anjo da morte e da retribuição que veio aqui hoje para te fazer pagar por teus pecados, tua medicina levou a vida de paciêntes que acreditaram em você...

Subitamente um rosnar revoltado vinha de onde eu não esperaria, o homem ousaria me enfrentar, seria ele louco ou algo assim, eu estava disposto até a não usar as ferramentas e dar uma morte limpa.

- Então ande logo com isso e termine com minha vida, mas não machuque meu filho... Senhor anjo da morte, dono da verdade e juíz que dá a sentença, mas antes de ir escute bem as minhas palavras pois elas vão te assombrar até o fim dos teus dias.

Tolo imbecil, eu poderia esmagá-lo com uma mão apenas e ele ainda ousa me desafiar... Tudo bem senhor sabe tudo, eu machuquei seu filho, dê seu melhor golpe para retribuir o favor.

- As pessoas que eu ajudei estavam morrendo, ou com risco de amputação, eu dei uma chance a elas, eu roubei orgãos sim, eu transplantei nas pessoas mas não é como os jornais dizem, eu não ganhei nada com isso... Sabe quanto tempo uma pessoa sem dinheiro fica em uma fila esperando um transplante, acha que o senhor que faleceu preferia perder suas pernas ou arriscar uma vida normal, ele pegou câncer de um transplante mal sucedido e eu NÃO ESTOU COMEMORANDO, só eu sei como está minha consciência, nem minha família sabe, eu fiz outros, eu salvei vidas, foda-se se foi ilegal, eu dei uma chance coisa que seu mundo não faz... É fácil, eu acompanho você no jornal, você enfrenta pessoas e as destroça como se fosse papel, eu vejo seu tamanho, não é difícil, mas não me assusta, me assusta você tentar machucar minha família, vai me fazer um favor em me tirar daqui assim não vou sonhar toda noite com o que pôde dar errado, eu fiz um juramento como médico de salvar vidas... Eu fiz da melhor forma que pude e eu sei pelo que disse que você está tentando fazer o mesmo, mas ser um animal não é justificado e se esconder atrás desta máscara não faz de você mais homem que ninguém...

O homem caía de joelhos fechando os olhos.

- Apenas acabe com isso e deixe minha família em paz.

Esta é a parte onde eu não faço idéia do que acabou de acontecer... É quando eu levei sim uma surra, acabo de ser humilhado em meu próprio território, acabo de ser despedaçado por palavras, sobrou pouco de mim pelo chão. Meus braços estão fracos, minha cabeça gira, meu coração congelado, engolia a seco como se o punhal tivesse atravessado meu pulmão. Erguia a mão até meu rosto, tirando a máscara, as cinzas e fuligem cobriam meu rosto com sangue e suor, era uma camuflagem bizarra, passava o braço no rosto, limpando a sujeira.

- Coloque seus braços para frente.

O homem abria os olhos surpreso, meu rosto tinha a estampa do inferno, mas as minhas lágrimas escorriam sem parar e nem a chuva disfarçava mais, caía sobre meus joelhos diante daquele homem que agora era gigante, ele era um herói, sem máscaras, sem armas, eu era apenas um escoteiro se chegasse a tanto, curvava o corpo colocando o bebê sobre os braços dele.

Nesta hora um jovem rapaz de vigor e boa índole têm a idéia do ano, acerte o homem enorme com a cadeira de madeira, a cadeira se arrebenta e meu não preparo para aquilo fazia meu corpo cambalear, ir para frente, o serrote na direção do bebê, meu corpo ficava junto ao do homem e o sangue corria livre pelo chão, ele gritou, não queria acreditar, era a segunda vez que perdia o bebê.

- Avise ao seu amigo da cadeira, que eu vou quebrar os braços dele se ele não correr agora.

O homem olhava incrédulo, o serrote tinha atravessado boa parte de meu braço e meu sangue cobria a ele e a criança que me olhava com um sorriso enorme e sem dentes, um sorriso que me desarmava enquanto tirava a arma do meu braço, o garoto corria para dentro da casa enquanto o homem gritava e gesticulava para ele sair, eu não ouvia nada, tudo parecia em câmera lenta, levantava a ferida doía, mas só havia ali um ruído, o som da gargalhada daquela criança e eu como um garoto frente a uma pessoa que se importava... A máscara voltava para o rosto, o serrote preso ao cinto, saía apertando meu ante-braço.

- Eu não sou um animal. Não somos tão diferentes. Obrigado por me lembrar disso.

A dor te conserta, te revigora, te coloca no eixo, estávamos quites agora, talvez não nos veríamos novamente, mas não importava, ele nunca me esqueceria o sangue estava ali para lembrar disso, entrava no carro saindo, ainda haviam outros alvos, nenhum deles escaparia do que viria como ele escapou, a motoserra ainda estava desligada esperando o último alvo da noite, a chuva caía devagar para Deus me lembrar que estava me olhando ainda mesmo apesar de tudo.

Ele têm formas estranhas de nos colocar de volta no caminho certo.
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Frase: "O problema de querer algo é o medo de perder ou nunca chegar a ter. A idéia te enfraquece"

Espero que quem ler isso entenda mais sobre nosso vigilante, bom dia a todos.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A light in the night or just a fear of the dark


As mãos estavam no volante, a tosse tinha diminiúdo, encostava a beira da estrada... Tirava a máscara que o sufocava, deixando a mesma no banco do carona, notava agora os pingos de chuva no parabrisa, abria a porta do carro, descendo do mesmo, acendia um cigarro, encostando na porta que se fechava, levava uma mão ao bolso erguendo o rosto para fitar a lua, ela estava vermelha esta noite, cheia como em um bizarro filme de terror, contrastando com o breu da noite que agora escondia com nuvens as estrelas derramando as lágrimas dos que já foram vingados em agradecimento, as gotas da chuva faziam o sangue, poeira e suor do meu rosto escorrerem, deixando manchar que se alguém fosse passar pela estrada e o olhasse diria que teria saído do buraco mais fundo do inferno, aqui onde apenas a força fazia diferença os fracos tinham alguém que os defendesse... Mentira, uma desculpa "ética" para o serviço que fazia, justificar, na verdade é que esse é um caminho perigoso onde talvez depois não se diferencie mocinhos e bandidos, o que fazer se os criminosos acabarem? Bah, isso não aconteceria, não nessa cidade, terminava o cigarro, entrando no carro batia a porta, dava a partida novamente retomando o caminho, a máscara permanecia deitada no banco o olhando, como se pedisse para ser colocada, era um segundo eu ali no banco do lado, esquizofrenia? Eu podia me ver com a máscara, conversando comigo, meu companheiro, amigo imaginário...

Lembro do meu pai novamente, do pulgueiro onde me instalei o que ele diria, imagina se soubesse das coisas que faço, pensar que começou cedo, nem sempre nascemos monstros, alguns são criados depois, exemplarmente fora meu caso, garoto alto, gordo, cara de nerd, cabelo grande, camisa suada debaixo do braço, revistas em quadrinhos na mochila, não tinha amigos, não tinha namorada, eu lembro como apanhava dos "colegas", mas era grande, não incomodava muito, feria mais o ego do que outras coisas, lembro de meu pai dizendo que eu tinha que procurar o que fazer... "Oi pai, achei o que fazer, eu mutilo criminosos e vendo os orgãos por dinheiro, mas não todos a maioria só mutilo mesmo". Charmoso não acham, mas ele não é a razão disso, nunca foi, nem a revolta de ler o jornal todo dia e ver nossa justiça não punir criminosos, tudo isto foi por ela, a mulher que eu nunca vi.

Eu me formei na faculdade, me formei engenheiro elétrico saí de casa, trabalhava fazendo planejamento de cabeamentos em estruturas junto com arquitetos, era até bom nisso, lia o jornal todo dia, tomava café todos os dias com as pessoas, tinha colegas de verdade, não era o gordo estranho, estava alto ainda, mas forte, não por exercícios constantes, mas por carregar cabos pesados subindo e descendo escadas durante o decorrer do dia, não tinha namorada, ainda tinha pouca conversa, ainda era o nerd apesar da aparência externa ter sido modificada apenas um acontecimento muito intenso poderia mudar como alguém é por dentro, foi assim que me bateu, eu vi no jornal, acompanhei o caso por meses, meses que viraram anos, a reporter, ela cobria uma coluna policial o qual sempre tratava de um ou outro assunto interessante, até que um dia ela colocou o caso de uma mãe cuja filha havia sido terrivelmente mutilada, a menina não morrera, mas ficara presa por dias, o caso fora a tona porque os agressores eram policiais, mas ninguém teve coragem de ir atrás deles, não pela lei, a reporter os expôs e por isto fora agredida na rua, passara dias internada, recentemente soube que ela saiu do coma, soube que alguns dos policiais tinham encontrado mortes horríveis. "Eu gostaria de saber o que as autoridades fazem que não cuidam de seus próprios membros, onde chegaremos quando não podemos chamar a polícia, quando temos que viver reféns em nossos lares pois não têm ninguém que se importe com isso"

A frase ecoava na cabeça, cada noite de caça, cada noite onde uma pessoa como aquelas cai diante de mim, agonizando, sofrendo ou rápido, de acordo com o crime eu dava minha sentença, mostrava o ódio dos pais e mães que sofreram, dos filhos, irmãs e irmãos que foram privados do carinho da pessoa amada por mais um dia. mas no fundo não era nada disso, era aquela frase, ninguém que se importe, ela me apaixonou de uma maneira que eu não consigo compreender, entrou no meu peito com a força de um coice de um puro sangue, saindo pelas minhas costas todo meu bom senso e sentido de moral, tranformando tudo numa idéia sórdida de vigilante, era uma ida sem propósito para qualquer lugar onde conseguisse ir, era um mergulho no escuro onde diversas pessoas te aplaudiriam se não fossem tão hipócritas...

A lua está cheia, a ponte ficou para trás junto dela o reflexo das minhas lembranças, o outro lado do canal, outro lado da cidade que nos leva a continuação da história que ainda está sendo escrita, da reportagem que ainda vai ser publicada... Escrita em sangue no mapa da cidade para aquele que tiver calma para olhar, felizmente, até eu ter terminado, ninguém vai entender o propósito... Quando eu acabar não saberão meu nome, onde moro, porque mato ou nada do gênero, fica apenas o sangue no chão junto de ossos, vísceras, cérebro e o que mais der pra se derrubar...

O carro parava em frente a casa de subúrbio, muro baixo, luzes acesas, ele estava em casa, talvez com familia amigos, nunca fiz isto antes, nunca deixei testemunhas, mas não faço nada com inocentes, isto é um teste, é a prova se sou um monstro ou um justiceiro, isto vai separar a causa do prazer, é a parte mais difícil, mesmo com lutas, tiros, fogo e o inferno que já tive que passar em minha missão. Descia do carro, abria a mala, escolhia as ferramentas, um alicate de corte, abraçadeiras, torniquetes, serrote. Ia saindo ao notar a máscara sobre o banco de carona... Arregalava os olhos ao notar que não era ele com as ferramentas, era eu, apressava-se em recolocar a máscara, indo rumo a porta onde tocava a campainha...

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Post apressado para sair pro almoço, fica registrado o atendimento ao pedido de razões para o serial killer, fica uma brecha de começo de história, isso continua.

Frase do dia: "É melhor viver de olhos abertos do que morrer sonhando"

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Staring throught the eyes of the dead





A noite avançava num clima como se o mundo visto pelos olhos da máscara fosse preto e branco, não havia nada em volta, apenas o som do meu coração batendo, como se sozinho dentro de um cinema mudo, podia ver cada uma das cenas passando adiante dos próprios olhos, as mãos cobertas pelas luvas de couro agarravam o volante como se o carro fosse parte do próprio corpo, as luzes nos pestes eram as divisórias, as marecações do super 8, a lua cheia brilhava como se mostrasse o caminho, era uma noite de caça e a presa era humana, se é que se podia dizer isso da lista... O primeiro alvo era simples, um atirador, deveria dormir com a arma embaixo do travisseiro, quem sabe ele seria mais rápido e desta vez a noite seria curta... Quisera ele...

Não tinha tempo, era uma noite apenas, muitos alvos, estacionava o carro sob o apartamento velho, desligava o motor, ao passar pela recepção não havia ninguém, sorte, não era discreto, não queria ser, carregava no ombro subindo as escadas do apartamento antigo o taco de baseball tirado da mala do carro, madeira pura, sólida, manchas ainda desenhando impactos passados, olhava o número, chutava a porta, rapaz sortudo, a bela moça loira com ele nem vira o que houve, era rápido, preciso, grotesco, o taco acertava a cabeça dele antes mesmo de ele saber o que aconteceu, a cabeça aberta pendia para trás agora o corpo não caia preso pelas cobertas que funcionavam como uma censura sobre o corpo do casal, ela ia gritar, minha mão forte segurava seu delicado maxilar e meus olhos fixavam-se nos dela... Vermelhos, que teria passado na cabeça dela naquele momento? Talvez as noites mal dormidas, a ressaca ou as drogas tivessemme dado mais aparência de demônio do quê o nomral, que diferença faria, eu podia vê-la congelar quando o taco batia no chão e minha outra mão a segurava no pescoço arrancando-a da cama erguendo-a no ar faltava-lhe ar aos pulmões... Professora primária, abusava de anjinhos, não estava na lista, era um brinde, um presente inesperado, ia até a janela, estrangulava e ela não podia gritar, podia vê-la buscr o ar, se debatia, seu corpo frágil não oferecia resistência alguma, era o quinto andar, ela não morreria na queda? Olhava a grade o enorme punho cerrado atingia seu estômago, ela jamais soube por quê morreu, eu sabia por quê matei, o corpo caía sem ar para um grito desesperado, as pontas da grade como lanças num fojo de um calabouço escuro, não havia ninguém para salvá-la, espinha quebrava, o corpo se partia com a queda com as pontas atravessando carne, ossos, sangue vertia pela grade, até a polícia chegar no primeiro assassinato eu estaria concluindo meu trabalho da noite... Pegava o bastão, descia apressado as escadas, no meio do caminho, caía de joelhos, tosse, falta de ar, maldição, o remédio, sabia que tinha esquecido de algo, sangue escorria por furos da máscara, manchas, mais manchas... Olhava o espelho próximo a escada ao descer, levante-se, dê a ela a prova de quê ela precisa para acreditar quem alguém ainda se importa...

Entrava no carro novamente, o primeiro havia sido muito fácil, havia ganho tempo, muito tempo, não houve enfrentamento, não houve adrenalina, ao menos não para mim, ligava o rádio, tocava do cd player In A Gadda Da Vida pelo Slayer, música do Iron Butterfly, tema de Manhunter 1969, era aquilo, uma caça aos homens, homens que não mereciam a vida, que tiravam a vida dos seus irmãos e irmãs, o sangue dos inocentes estava nas mãos deles, o dos culpados por todo meu corpo. Segundo endereço, era uma casa de vila, desligava motor, rádio, tudo, levantava novamente, abria a mala fitando as ferramentas, pegava a chave de roda, o próximo alvo, um ex militar envolvido em um incêndio que matara sua esposa e sua filha para pegar dinheiro do seguro, ele agora pagaria, vinha correndo, o pé alcançava o muro num salto, voava pela janela do quarto despertando o infeliz que era atingido no peito pela chave de rodas, o corpo dele caía na cama, costelas quebradas, ele cospia sangue, não, você não vai morrer assim, agarrava-o pelos cabelos, indo até a cozinha, o corpo espezinhava, mais uma vez os golpes evitavam os gritos, ligava o fogão, a chave de roda subia meus olhos se encontravam com os dele mostrando a ele que não haveria escapatória, quebrava os braços dele, as pancadas violentas seguidas não eram para quebrar de uma vez, eram ara quase arrancá-los a força bruta, logo que havia se certificado que ele não fugiria o colocava sobre o fogão, as bocas acesas rápidamente incendiavam seu pijama de seda caro, ele ia gritar, a chave de roda acertava o maxilar, dentes, sangue, tudo voava pelos ares, manchando as paredes com o sangue do miserável...

O cheiro de carne queimada no ar, logo haveria um incêndio, o segundo alarme da noite, mais um que despistaria bombeiros ou polícia do que realmente estava acontecendo, ia ao banheiro, tirava a máscara, via o próprio rosto manchado de sangue, revirava tudo, encontrava alguns remédios, não eram os que precisava, mas iriam servir. Por hora. Saía do lugar, o cheiro de carne queimada com pelos, músculos, tudo já ia longe, o corpo dele ainda se tremia, ainda estava vivo, mas com os ferimentos aliados ao fogo isso não iria longe, saía da caa com a fumaça saindo do exaustor da cozinha que havia ligado pouco antes de sair, a chave de roda voava no banco de trás, a máscara de hockey voltava para o rosto, ligava o carro, olhava em volta, não havia ninguém por perto...

Era apenas o começo... Ela veria na manhã seguinte e então lembraria dele. Entenderia o propósito de tudo e por fim ele existiria. Não como o homem de trás da máscara, mas como o homem apenas. A lua brilhava forte no céu entre as estrelas, abaixo dela mais um brilho pálido seria transformado em rubro pela vingança onde o sangue dos inocentes será vingado a ferro e fogo.
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Esse é o segundo episódio da saga do vigilante sem nome. Ele têm nome, ele é uma pessoa como eu ou você. Caso queira saber como isto vai continuar, amanhã têm mais.

Dia sem fazer NADA no trabalho, impressionante.

Frase do dia: "O quão longe iria para realizar um sonho? Quais caminhos faria? Estaria disposto a fazer tudo por ele? Se não soube responder nada disso, desista de sonhar. Você está derrotado antes do começo."

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Is there a hero somewhere?


Abrindo os olhos pela manhã, o sol entra pela venziana queimando os olhos que estão acostumados apenas com a noite, o corpo suado pela noite quente com apenas o ventilador emperrado para não assar de vez no quarto escuro de um hotel barato a beira de estrada. Será que meu pai tinha imaginado isto para mim quando eu era ainda um bebê no útero de minha mãe. Um suspiro corre pela garganta enchendo os pulmões com o ar fétido da vizinhança, caminhava com a calça jeans arrastando no chão molhado, mais uma goteira, olhava o teto nem ligava mais, acostumara a acordar pisando em poças, ia até a varanda coletiva saindo pela porta da frente, buscava no bolso um cigarro amassado que levava aos lábios, riscava com o fósforo de papel do motel de quinta categoria acendendo o veneno, talvez reduza minha vida, mas eu poderia morrer de mil formas, acho que não vingo o bastante para enfisema ou câncer. Sorte dos tolos que não imaginam como vão acabar um dia...

O fim do cigarro, fútil prazer de todas as manhãs ao olhar a estrada e os carros que passam de vez em nunca por lá, chovia uma garoa fina que fazia o calor da noite anterior subir num mormaço abafado que fazia o suor escorrer lentamente pelos cabelos, pela nuca, pelas costas... Voltava para dentro deixava a porta aberta para ver se amenizava o calor, abria a geladeira o cheiro de carne podre deixava o ambiente ainda mais insuportável, pegava uma cerveja, mais uma droga paleativa, abria a lata quente e bebia a longos e sedentos goles, fechava a galadeira para não espalhar mais o cheiro que nem mais o incomodava, ia ao banheiro, largando a lata sobre a pia, pegava a escova e a pasta, colocando lentamente sobre as cerdas, escovava os dentes cuidadosamente, o refrescante bucal passava depois tirando o bafo de ressaca da noite anterior e colorindo de vermelho o fundo da pia manchada.

Abria o chuveiro, a água esquentava e depois caía gelada, maldito boiler de hotel, pelo menos hoje é um dia quente, mesmo assim a água gelada caía como navalhas sobre a carne, molhando cicatrizes antigas e novas, no pequeno espelho no box olhava a barba por fazer, não se dava ao trabalho, o pequeno corte no lábio dava uma vaga lembrança da noite anterior, mas naa concreto, as drogas levam as memórias junto de muitas outras coisas... Fechava o chuveiro, passava a toalha no corpo e mesmo assim aquele cheiro permanecia, vestia a calça o par de sapatos de couro negro muito desbotado, saía nem trancava a porta, não se dava ao trabalho, as batidas de cama na parede acompanhavam os passos pesados rumo a garagem, descia a escada sob a chuva deslizando os dedos pelo corrimão, abria a garagem, fechando as próprias costas, olhava as ferramentas na parede, lama no chão, o Dodge Charger preto com manchas de ferrugem ali parado, imponente mesmo com a ação dos anos sobre ele.

Deslizava os dedos sobre o capô... Meu fiel companheiro, único que sempre está ao meu lado, abaixava próximo a rodo, apertando os cadarços do sapato, pçegava a camiseta preta sobre a mesa de ferramentas vestindo-a, saía caminhando, fechava a garagem novamente, ia até a banca de jornal, parando no bar para pegar o café com pão na chapa, vinha comendo pela rua, parando na banca, pegava os mesmos de sempre: obituários, classificados, policiais, pagava ao velho homem que sempre estava lá pelas manhãs... Voltava direto para a garagem, comia devagar terminava o café, já era quase meio dia, ainda faltava tanto para a noite cair, sentava no banco do carro, lendo o jornal, com a caneta vermelha marcando diversas coisas pelas páginas, pegava o guia rex, traçava caminhos por ele, o marca texto vermelho ainda funcionava mesmo falhando.

Terminando tudo subia, abria novamente a geladeira, pegava um macarrão que estava lá sabe Deus a quanto tempo, esquentava no microondas e comia, ligava a TV no canal de esportes, maldição, meu time perdeu de novo, já havia acostumado com a sensação, perda, parece que coisa que perdemos nos faz menos humanos, nos tira mais daquilo que sempre nos fez ser nós mesmos, o que sobra depois é algo perigoso, sombrio, que assusta a maioria, mas nós aprendemos a lidar com isto, rostos, formas, passos pela noite, passos que nos mantém acordados, vozes, sussurros de vozes conhecidas ou há muito esquecidas, a vodka, estava no sofá, abria a garrafa bebendo a longos goles que faziam um barulho familiar, outro cigarro, os dedos tremiam com cada "tic" do relógio, a agonia da espera, angústia, era como cortar a propria carne em desespero esperando o que ainda está por vir.

Os olhos fechavam com o cigarro no cinzeiro e a bebida fazendo efeito no sangue, um cochilo, não, dormira mais, os olhos se abrem na penumbra da noite, a hora certa, a lua pálida iluminava o pátio molhado pela chuva que aínda caía fazendo um reflexo, levantava indo ao banheiro lavar o rosto, olhando no espelho quebrado que refletia meu rosto como ele realmente era...

A garagem abria, ninguém ficava lá fora a esta hora, entrava no carro afobado como uma criança com a promessa de ir ao parque de diversões, dava um soco abrindo o porta luvas... Olhava o banco de trás rasgado por um acidente nas primeiras vezes, o cheiro de sangue velho agora enebriava as minhas narinas, ele havia passado despercebido pelo cheiro de terra molhada de hoje cedo, mordia o lábio, a pistola carregada ia no banco de carona, a motoserra ainda tinha pedaços de carne, ossos, sangue a desenhava como uma macabra camuflagem sob a umbra, fita adesiva, plástico, chave de roda, tudo no seu devido lugar...

Saía da garagem que se fechava sozinha, a máscara de hóquei com marcas ce cortes, pancadas, sangue, era o reflexo no espelho trincado, era meu rosto de verdade, era o monstro, era quem eu precisava ser para ser eu mesmo, a lista pronta, assassinos, estupradores, assaltantes e traficantes, todos eles para encontrar seu julgamento final o anjo da morte. Ele não era bonito, não era simpático, haviam muitos alvos, mais que o normal... Segurem-se todos nas poltronas... Esta vai ser uma noite para ficar na história...

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As vozes na minha cabeça resolveram voltar a falar, é assim que elas se comunicam, a ferro e fogo expondo os pesadelos nos quais naquele minuto somos nós mesmos, o último ponto de sinceridade.

Frase do dia: "Eu não sei quanto aos anjos, mas é o medo que dá asas aos homens."

Hoje é segunda feira, não estou chateado, nada, apenas um dia estranho. Apenas uma outra história que vai continuar, imprimindo como eu me sinto em relação a muitas coisas do nosso dia a dia.

Sem mais.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Quinta-feira... Quase lá!


Bom, eu estou ocupado trabalhando de uma forma irritante, eu ODEIO imagens, odeio demais, mas enfim, todo corno têm seu dia de fudido. Dia normal de chuva forte, gente ficando bolada comigo sem motivo aparente e eu nem ligo, que se foda, num tô aqui pra agradar ninguém, tô pra fazer o meu. O café de hoje com Vodka, Canela, Expresso e Chantilly vai me fazer viver para aturar o resto do dia.

Li um livro sobre parar de fumar... Não me convenceu.

Falando em fumar, vamos aqui descrever, muita gente pergunta, ah animal, tu fuma essa porra por quê?

Não é obvio? EU GOSTO PORRA, ah tomar no cu, eu gosto, me faz bem, nicotina é droga sim e porque pessoas usam drogas? Elas se sentem bem com elas, têm gente que cheira meia, têm gente que dá a bunda, eu fumo! Qual o maldito problema, eu sou um homem bem informado, eu sei todos os males que o cigarro traz MAS EU NÃO LIGO, qual o maldito problema de vocês? Eu sei que faz mal, dá câncer, mata, deixa com mal hálito, estraga os dentes, envelhece mais rápido, dá cabelo branco, rugas... Em contra partida, ESTOU POUCO ME FODENDO!! Existem diversas maneiras de cuidar de muitos destes problemas, até a impotência, ela é causada porque cigarro causa acumulo de gordura em artérias dificultando o fluxo sanguíneo, basta você se alimentar com pouca gordura e fibras, não é desculpa, não defendo uma empresa milionária de graça, mas defendo meu ponto de vista, "Cigarro é uma marca defasada de status", EU NÃO QUERO APARECER, eu gosto, eu vou pro meu canto, com meu café e fico por 5 minutos sem nenhum FILHO DA PUTA enchendo a MERDA DO MEU SACO enquanto eu degusto calmamente da PORRA DO MEU CIGARRO, acho que as pessoas não entendem a relação do homem com seu cigarro, CARALHO, não fala do que não entende, gente que fuma consciente não fuma para aparecer, gente que sabe fumar não fuma por dependência, é uma mania, um TIC, como muita gente têm, é um prazer diferente, ah, vai me fazer viver menos, QUE SE FODA, eu gosto da minha vida num segundo, eu não penso tanto no amanhã eu me importo com o agora, eu leio, estudo, cuido do amanhã tanto quanto qualquer um, mas não dou tanta importância, eu posso ser atropelado, eu posso ser atingido por um MARTELO que cai de um andaime em obra, a vida é curta CACETE e eu gosto de viver a minha com direito a tudo que me faz feliz, não precisa fazer bem, basta fazer feliz, é uma escapada pequena de uma realidade que me irrita, é uma pausa no mundo para pensar na vida, ou não pensar em nada.

Cada um com seus vícios MELECA(Palavrão colocado de forma amena apenas para descrever que está próximo do desfecho da cena), se morrer morri e num vêm chorar não quando acontecer, das duas uma, diz: "BEM FEITO, PUTO, NUM ME ESCUTOU, SE FUDEU!" ou "TÁ AÍ UM PUTO QUE MORREU FELIZ, O QUE QUERIA FAZER FEZ", o primeiro que chorar meu Jagunço contratado vai meter bala vou logo avisando, haverão Jagunços contratados no meu enterro com a lista de quem vai sentir falta de verdade. O primeiro puto que chorar e não estiver na lista vcai no buraco junto. "A TE PA PORRA", com seus princípios e morais copiados de livros, revistas e jornais, tenha sua opinião, faça ela crescer, não repita tudo que você escuta/lê, assim aqueles que acham que você é idiota terão certeza.

O dia foi bom, o café de hoje ainda está correndo pelas minhas veias e me fazendo pensar, o sono não me alcança eu corro muito mais que ele, mesmo com fôlego de fumante. O dia está com chuva e mesmo assim eu estou sorrindo, minha cretinice e falta de bom senso é apenas um reflexo do meu eu interior que não atura BABAQUICE, se ofendi alguém... Paciência(A falta de palabrão indica o fim da crônica).

Frase do dia: "Deus, dai-me paciência... Mas se estiver em falta, dai-me uma metralhadora que resolve também"

Sem mais,
PUTA QUE PARIU!(Tá aí o poder na minha mão, ninguém manda mais que eu no recinto)
E foda-se.

PS: Como ela faz falta no meu dia, são mais de 12 horas sem falar com ela. Tendo a ficar ainda mais insuportável se ela não iluminar meu dia, mas como eu sempre digo: Um dia de cada vez.

PS²: Eu já tentei parar de fumar, para quem não entendeu a frase da imagem do Garfield diz que por razões de sanidade mental eu desisti de desistir. Eu gosto dessa budeguinha que faz fumaça.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Quarta-Feira in Hell de Janeiro (Ou não)


Então, acho que o dia de hoje vai ser esquisito, no mínimo bizarro, já está perto do fim e parece vazio contudo, não tão vazio assim, dormi tarde, tarde demais para meus padrões ultimamente, mas sabe, foda-se, foi bom pra caralho, ontem eu descobri coisas importantes na minha vida, descobri que as vezes é só um moinho de vento, não precisa ter tanto medo dele assim, descobri que é mais fácil errar o chão, basta se desprender pelas razões certas, descobri que dá pra sorrir com frequência mesmo sem ser por bobagem, descobri que posso beber a vontade por R$16,90, que eu tenho bons amigos, que servem café com scotch, descobri que as vezes basta ver um sorriso para conseguir sorrir sinceramente, descobri que beber demais nem sempre dá ressaca e acordar de bom humor só pra variar de vez em quando é bom.

Vamos as considerações passadas: Por quê todo garçom se presta a ser chamado de Zé ou Tibúcio? Por quê algumas combinações com café nos fazem pensar mais rápido e em mais coisas? Como atitudes e sofrimentos passados deixam uma pessoa tão covarde para enfrentar o futuro? Como fazem sushi certo? Por quê sempre esperamos mais e quando perdemos tudo vemos que o que queríamos estava mordendo nosso nariz? Qual o propósito de perder tempo se martirizando, pensando sobre o certo e o errado? Por quê fumar? Por quê beber? Por quê Sho'nuff perdeu, mesmo com aquele cabelo? Por quê? Por quê? Ahhh porra, alguém esperava um final bom pra isso, não, ah pa porra meu nêgo, atitude caralho, toma teu rumo, pega a porra da tua cruz e segue o cacete do teu caminho, tá com medo de quê? De dar errado? Novidade palhaço, vai dar errado, muitas vezes, vai desistir por isso seu merda? Se for, favor retire-se, este lugar é para quem têm perspectiva, ah ela é ruim, tá mas pelo menos existe, essa história de já perdi não funciona no meu barraco.

Nota: Esse sou eu em um bom dia, depois de uma noite maravilhosa que só poderia ter sido melhor se a compania estivesse do meu lado, dividindo da comida, ouvindo a mesma música, vendo os mesmos filmes, ouvindo da minha voz e eu da dela, rindo das piadas com som ecoando no quarto que parece tão vazio sem compania como todo dia, mas fui abençoado, tenho uma boa imaginação e consigo fitar isto, como uma outra realidade onde minha mente se transporta e é bom lá, o mundo todo existe, mas com ela, o mundo todo nem parece ser tão importante, viajei mesmo, eu tenho esse direito, não sei se é recíproco, não me importa se é, me faz bem e é o que importa pra mim, dormi pensando nela, acordei com a imagem daquele único sorriso que eu vejo.

Engraçado, um amigo meu disse, "Vai cara, tá com medo de quê?" podemos ser simples nesse assunto, tá bom demais, eu estou adorando, mas se eu pular e ela não quiser me acompanhar vou acabar perdendo isso, vale a pena arriscar? Bem, ela vai ler e é uma pessoa esperta, vai entender na hora que é com ela que falo, se ela num pular, tá beleza, eu só vou deixar de errar o chão, vai ser lindo, doloroso, mas para quem explodiu a própria mão nem deve ser tão bizarro assim, acho que o café com whisky afetou meu julgamento, me fez dar mais um passo, pisando sem pensar desta vez, mas me responde, qual a graça de pensar em tudo, perde a surpresa e acaba ficando tudo previsível e monótono demais.

Vai me dizer agora: "Tá xonadinho Sargento, tá fudido", babaca, eu gosto de alguém, uma pessoa que no momento me faz bem e me faz sorrir e você que é feio, burro e ninguém te quer.

Lero lero, sou mais interessante que vocêê!!

Eu tô surtando, surtando feio e sabe do que mais.

TÔ ADORANDO ISSO!!

Considerações finais: Mais um dia sem paciência para comentar o jornal, vendo pelo lado bom, não li nada de idiota nele, impressionante, por dois dias completos, então fica apenas uma frase: "Quando apostamos tudo que temos, somos nós que giramos a roleta ou ela que nos gira?"

Enquanto pensam no significado disso procurem no espelho dentro dos seus olhos quem é você, mesmo que pra isso tenha que quebrar o espelho para os cacos refletirem juntos a pessoa que você mesmo destruiu enquanto buscava tantas respostas e simplesmente esqueceu de fazer alguma coisa.

Bom fim de tarde,
Foda-se!

Homenagem a velharia: "Quem é o mestre? - Sho'nuff. Quem é o mais forte? - Sho'nuff. Quem é o mais bonito? - Sho'nuff. Isso mesmo, Sho'nuff o Shogun do Harlem"